sexta-feira, 27 de julho de 2012

Código Penal e as Drogas



Está na mídia uma campanha para mudar o código penal em relação as drogas. Querem minimizar a pena para dependentes que forem pegos portando os bagulhos. Eu até acho válido fazer esta manifestação. Pois, a maioria já entende que os viciados na verdade sofrem de uma doença que é tratada como dependência química. Porém, esta mudança tem que ser muito bem planejada. Não podemos confundir pequenos traficantes com dependentes.
Para esta mudança acontecer é necessário entender bem como será o relacionamento drogas x justiça. Não se pode simplesmente abrir as portas da esperança e liberar geral.  Vai virar gandaia.
Como a coisa ainda é obscura eu especulo. Um camarada é pego e justifica que é dependente químico. Hoje em dia consegue-se comprar qualquer coisa, então certamente ele terá laudos que comprovem a doença e será liberado. Não estou dizendo que todos farão isto. Mas, sabemos que tem gente que vai usar esta brecha na lei para se beneficiar.
É evidente que ninguém poderá andar com 2 kg de cocaína. Mas, também é complicado acreditar que seja apenas viciado um portador de uma quantidade considerável de maconha ou cultivador da mesma, uma vez que tem pessoas que plantam em vasos. Qual seria a justificativa? “Fui à feira e aproveitei a promoção?”  “Planto somente para o meu consumo e dos amigos?” Logo, estas quantidades terão que ser muito bem vistas tanto quanto o tratamento jurídico e acompanhamento destes casos.
É muito fácil ir para televisão e dramatizar. O difícil é planejar, implantar e controlar.
Na minha humilde opinião é necessário primeiro criar centros de tratamentos para todas as classes sociais e o dependente ser obrigado a frequentar estes locais onde terá todo acompanhamento necessário e até internação se for o caso. Contrário a isto, não vejo como simplesmente livrá-lo da prisão. Todos sabem que uma pessoa que tem este problema só sai dele com ajuda. Sem apoio especializado vai se afundar cada vez mais.

Outra coisa que se fala e há muito tempo é a liberação das drogas.
Muitos alegam que cigarro, bebida e alguns remédios são drogas vendidas livremente nos comércios. Quanto a isto, é a mais pura verdade. Eu sei que principalmente a bebida pode destruir a vida de uma pessoa e levar para o buraco outras que a cercam. Mas, não se pode negar que as drogas mais pesadas têm efeito mais devastador.
Vamos imaginar que a droga inicialmente liberada seja a Maconha. Eu cito este “produto” porque há correntes que dizem que é menos prejudicial do que o cigarro. Eu não vou entrar neste mérito porque não sou médico e nunca fui usuário de nenhum dos dois. 
A droga certamente seria vendida apenas em farmácias porque necessitaria de receita médica. Isto já dificultaria o acesso a qualquer um.
Outra coisa é que politicamente correto seria chama-la pelo nome original da planta.
- Não meu filho! Maconha é o que tem nos morros. Na farmácia é Cannabis.
Em cada recinto público teria que ser criado um “Canádromo”. Bah! Que nome horrível. Neste caso é melhor “maconhódromo” mesmo. Sim, a criação de lugares especiais seria necessária porque nem os fumantes aguentariam o cheiro. Acreditem, para quem não gosta é muito ruim. Isto eu posso dizer, pois já senti.
Nas embalagens estaria escrito: “Ministério da saúde adverte! Cannabis pode causar impotência” e outras coisas.
Poderíamos lançar a Cannabis Light, Woman, Plus e Extraforte, ou seja, respectivamente para iniciantes, mulheres, moderados e doidões.
Ainda teria a possibilidade de manipulação, a Cannabis Naturalis.
Brincadeiras a parte, o que os defensores da liberação ignoram é que as lícitas pagam impostos. E se liberarem as drogas, as mesmas também pagariam, pois seriam criados laboratórios, indústrias e etc. Existiriam regras para diminuir o poder alucinógeno dos “novos remédios” e controle, coisa que o dependente químico não toleraria ou não respeitaria. Teríamos uma estrutura que deixaria o preço muito mais elevado. E tudo isto faria com que os dependentes continuassem procurando o câmbio negro, ou seja, o tráfico.
Eu ainda me atrevo a dizer que por não ser mais "fora da lei", incentivaria pessoas que não tem contato com o vício a experimentar. E para aqueles que esta droga não estivesse mais fornecendo o efeito desejado acabariam por procurar outras mais pesadas e ilegais.
Por causa de tudo isto eu sou terminantemente contra a liberação.


8 comentários:

  1. Chamun considero as drogas o principal combustível para a violência... os "grandões" estão vendo como uma nova "fonte" de renda ($$$$) e esquecendo de avaliar todas as consequências... também sou contra esta liberação.

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  2. Acho que tu nunca sentiu cheiro de maconha...he..he..he

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    1. Sentir eu senti. Quando eu tinha 20 anos fui no Show do Alceu Valença. Sai de lá com dor de cabeça. Eu estava cercado de doidões. E depois sempre tive um vizinho que curtia uma viagem. Mas, quem é o Anônimo que não se identificou?

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  3. Pois é! eu não sei exatamente se a legalização daria certo, veja bem liberar e legalizar é diferente. Como eu disse lá no meu post, eu acredito que o que mais daria certo seria o sistema adotado por Portugal, mas há um grande porém, o sistema público de saúde é horrível no Brasil e além do mais, quem comanda este assunto é o poder legislativo, lá em Portugal eles mudaram para o sistema de saúde e deu muito certo. Criou-se uma cultura no Brasil que beber até cair é normal, e fumar maconha é um mal terrível. E pra mudar uma cultura é preciso de muito, mas muito tempo.
    Obrigada pelo comentário no meu blog, sempre é muito bem vindo, respeito e adoro ouvir, ler opiniões.

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    1. Marília:
      Tu também és bem vinda aqui.
      Uma coisa concordamos. Algo precisa ser feito.
      Obrigado pela visita.
      Volte sempre.

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  4. Eu não sou a favor da liberação, ainda! Acho que há coisas mais importantes a serem resolvidas no país, e também com o caos que há em relação as drogas no país não tem como liberar, seria a destruição dos jovens. Brasil ainda é um país pobre em educação, informação e controle (em todas as áreas).

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  5. Drogas, um assunto que não podemos ignorar.

    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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  6. Eu já nem sei mais o que dizer estou confusa, em tudo no Brasil há os trambiques, o jeitinho próprio.
    Beijos...

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