sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Fim de ano



Sensação esquisita chegar ao final de um ano, olhar para trás, e verificar que mais da metade das coisas que planejamos não foram realizadas.
Decepção?
Que nada!
Pois, se continuarmos olhando para o passado recente veremos que fizemos muito mais coisas que não planejamos.
Então, para que planejar?
Vamos deixar rolar.
Planos são para o dia a dia do trabalho onde temos metas para cumprir.
Na vida pessoal, é importante ter uma visão do que precisamos e queremos fazer, mas improvisar também é bom, pois quebra a rotina e deixa a vida mais gostosa.

Nesta época do ano, muitos ficam mais sensíveis, tristes por se lembrar de pessoas que se foram e de outras que estão longe.  Entretanto, só sentimos saudades de quem gostamos. Logo, é importante se lembrar com carinho e amor.
Saudade é um sentimento que dói, mas é bom.

No fim de ano é hora de renovar as esperanças, confiar muito no ano novo.
Portanto, vamos acreditar.
Temos que pensar em um emprego melhor, ou melhorar o atual, se apaixonar ou manter-se apaixonado.
É um período que queremos lembrar só do que foi bom.
Só não podemos esquecer os erros para não repetí-los.
O que importa é se deixar contaminar pela alegria e pela esperança de que coisas melhores virão.
Lembrar com carinho das pessoas amadas que não estão mais aqui e curtir as pessoas amadas que fazem parte das nossas vidas.
Não perder a fé em nós mesmos e sempre acreditar que podemos fazer a diferença.
Então, vamos “nos desinstalar”, ou seja, sair da ostra e correr atrás.
Dá para chegar é só acreditar.

FELIZ ANO NOVO!

sábado, 22 de dezembro de 2012

O novo Natal de Nicolau


Quando disse em minha primeira postagem, O início, que meu blogue não tem proposta, eu me referi ao tipo de assunto. Na verdade, a proposta deste meu mundinho literário é de textos, mas hoje eu vou abrir uma exceção. 
Este áudio, que posto aqui, é a gravação fidedigna de uma estória que criei para participar de um evento promovido, em 2008, pela empresa onde eu trabalhava. 
O tema foi Natal e a regra básica era para enviar textos que representavam mensagens natalinas e só poderiam participar textos de domínio público ou criações próprias.
Eu criei uma estória e enviei.
Os premiados tiveram seus textos gravados pelos ledores do Rio de Janeiro e ganharam um CD com todas as mensagens.
Eu ganhei, mas para minha surpresa, deixaram a minha estória sem autoria.
Ao telefonar para a responsável pelo evento e questioná-la ouvi a resposta:
– Ah Claudio! Nós não sabíamos que o lindo conto do Nicolau era teu. Foi o melhor de todos, inclusive o ledor que fez o personagem chorou. 
Bom! Levando em consideração que acharam o meu conto tão bom a ponto de não acreditarem que eu poderia tê-lo escrito, posso considerar isto um grande elogio.

Para ouvir, é só clicar na bola laranja com flecha branca. Pode demorar alguns segundos para carregar.

Espero que gostem e desejo a todos um FELIZ NATAL. 



domingo, 16 de dezembro de 2012

Peregrinação dentária




Eu não sei por que a palavra dentista, em muita gente, causa tremores, suor e arrepios. 
Tenho primos dentistas, todos ótimos, e minha dentista particular, a Fernanda, é espetacular. É tão espetacular que eu consigo dormir enquanto ela me trata. 
Entretanto, a maioria das pessoas tem um medo horripilante que só se tratam em último caso. Elas esquecem que os dentistas são pessoas normais. Eles são muito normais que até medo têm de irem ao dentista.
Eu tenho um amigo muito azarado, o Little Paul, que ao comer uma coxinha de galinha mordeu algo duro e quebrou o dente que ficou pendurado. Ele foi ao consultório de sua dentista que fica na mesma cidade em que mora, mas em virtude da agenda cheia, ela não pode atendê-lo e marcou um encaixe para mais tarde. Como ele estava agoniado, com muita dor e o dente entre meio preso e meio solto, não quis esperar. Assim, foi a um pronto socorro dentário na capital onde foi atendido com uma limpeza e medicamentos.  Os doutores no plantão aconselharam-no a procurar um cirurgião para extrair o dente porque esta cirurgia não poderia ser realizada no local, pois o mesmo não era apropriado para isto. Então, o meu amigo procurou um cirurgião, mas nenhum deles que contatou tinha horário para emergência. Ele não desistiu e continuou exaustivamente procurando até que conseguiu uma consulta com um dentista em sua cidade. O Doutor pediu para que ele fizesse um raio X em outro local porque o seu aparelho estava quebrado.  Little Paul desistiu e foi para o pronto atendimento regional. Quando ele achou que ia ter seu dente extraído e o alívio tão sonhado, sofreu uma decepção maior que a sua dor. Sua pressão estava 14x10 e os plantonistas lhe negaram a extração. Indignado, ele correu para casa, entrou rapidamente, foi até o banheiro – ups desculpe, toalete é mais fino – abriu a portinha do armário violentamente e pegou o fio dental. Calma gente, ele não foi se enforcar, apenas enrolou o fio no dente pendurado e puxou com força fazendo ele próprio a cirurgia tanto sonhada sem gastar um tostão.
No dia seguinte ele contou sua aventura reclamando que era mais fácil contratar um matador de aluguel do que uma hora no dentista. Pensei que ele teria contratado um para “apagar” os dentistas que o fizeram sofrer, mas felizmente era apenas uma metáfora.
A saga de Little Paul não termina aqui.
Para não ficar desdentado, ele passou a procurar uma clínica especializada em prótese. Desta vez foi mais fácil. Ele marcou a consulta com facilidade, mas quando foi atendido sofreu outra decepção. Soube que tinha ficado um pedaço da raiz e que ele não poderia fazer o implante sem que a mesma fosse extraída. 
Começaria toda a peregrinação dentária novamente?
Estaria ele disposto a fazer a via sacra odontológica?
Não! Desta vez ele seria atendido prontamente. Sua heroína, a superdentista estava a sua espera. Epa! Eu disse seria? Xiii! Pois é, devido a uma inflamação no local, ele precisou tomar antibiótico por 10 dias.
É, Little Paul. A brincadeira com o fio dental lhe custou caro.
Somando a gasolina, passagens de ônibus e do Catamarã(*), consultas, remédio, ligações telefônicas do pré-pago e os 20cm de fio dental dá o valor do churrasco do fim de semana com carne nobre.
Depois de todo o sofrimento e custos já contabilizados, Little Paul finalmente foi resolver o problema dos restos dentais uma vez por todas.
Chegando a consultório...
– Olá eu tenho um consulta com a doutora Maria.
– Sabe que é. A doutora precisou sair urgente.
– Ah não! O que houve?
– Ela comeu uma coxinha de frango, quebrou um dente e tá procurando um dentista.

(*) Catamarã – Barco que faz a travessia no Rio Guaíba entre Porto Alegre e a cidade de Guaíba.
(**) Um abraço a todos os dentistas que cuidam da nossa saúde dentária e lembrem-se que eu os elogiei.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Dia Internacional do Barrigudinho



Eu sei que já insisti, enchi o saco, enviei por e-mail e publiquei no Facebook, mas eu não tinha blogue, logo não seria justo que a minha maior criação, em minha opinião, é claro, ficasse de fora do meu espaço virtual literário. Então para quem não leu ou para quem quer ler de novo segue a história da criação e o texto do Dia Internacional do Barrigudinho.

Muitos de vocês devem ter lido um texto parecido com este tema em algum lugar da internet. Apesar de ter sido publicado sem autoria, tem dono. É criação minha. 
Este tema eu criei durante a festinha de aniversário do meu filho, na minha casa de praia em 1993, fazendo uma brincadeira com meu amigo Eduardo, que gosta muito de uma cervejinha, e naturalmente, tem uma calosidade abdominal até hoje. Porém, eu nunca tinha idealizado.
Quase dez anos depois, em 2002 entre outubro e novembro, com tanto dia disto, dia daquilo, e também com a musculatura abdominal mais desenvolvida, resolvi passar a ideia para o papel. Bolei o texto abaixo e escolhi o especialmente dia 6 de dezembro porque o número 6, além de ter uma barriguinha, naquele ano caiu numa sexta-feira. Eu também precisava de tempo para o e-mail circular e fazer a divulgação necessária da santificada data.
O e-mail rodou bastante, pois eu o recebi de volta mais de uma vez.
No ano seguinte editaram o texto, mudaram a data para 5/12, trocaram o tema para Dia da Barriga e etc. E foi este o e-mail que circulou por algum tempo, mas com bem menos ênfase. Com a febre de blogues, este texto foi parar em muito deles sem o crédito devido.
Outra alteração que fizeram foi a inclusão da gravura do Homer Simpson que não fazia parte do projeto original. Eu até gostei desta ideia, pois sou fã do Simpson, mas este personagem é da Fox e respeito os direitos autorais. Então, como resolvi editar o Dia Internacional dos Barrigudinhos pedi ajuda ao meu amigo de infância cartunista e caricaturista Marcelo Lopes de Lopes, o M2Lopes, para criar o mascote Joca Pançudo que é o símbolo desta campanha.
Na tentativa de recuperar os créditos, pedi para os amigos compartilharem no Facebook e entrei em contato com alguns donos de blogues onde o tema estava publicado. Apenas dois blogues me responderam e me deram a autoria.
Como sou brasileiro e não desisto nunca, segue o texto...

Dia Internacional do Barrigudinho – 6 de Dezembro
Você homem, que está cansado de lutar contra a balança, quando se olha no espelho e vê aquela barriguinha e morre de inveja do vizinho que gosta de cortar a grama sem camisa todo peladão exibindo o abdômen bem definido, bíceps etc. Não fique triste!
Lembre-se de quantas cervejas e guloseimas ele evitou.
E tudo isto para que? Para ficar na frente do espelho se achando o gostosão.
Chega de “bichice”!
O mundo inteiro sabe que quem gosta de homem bonito são os gays(*).
Mulher quer homem inteligente, carinhoso, fofinho e compreensivo.
Por isto que para homens como você foi lançado o Dia Internacional do Barrigudinho.
Chega de ter a consciência pesada após beber aquela cervejinha, aquela Coca-Cola tradicional, comer aqueles petiscos.
No dia 6 de Dezembro vamos à forra. Vamos lotar os barzinhos, pizzarias, pastelarias, restaurantes em geral. Vamos derrubar todas as cevas, Coca-Cola, caipirinha. Comer aquela feijoada, macaxeira, charque, coxinhas e torresminhos. Vamos detonar aquela picanha gorda e morangos com chantili, torta de chocolate e muito sorvete.
Chegou a nossa vez!
Salada o caramba!
Refri diet nem pensar!
Nosso Lema: Mais vale um barrigudinho na cama do que um gostosão na frente do espelho.
Nosso Ídolo: Bussunda.
Queremos Jô Soares para Presidente da Comunidade.
Nosso Mascote: Joca Pançudo
Nosso grito de guerra: Abaixo os sarados! Viva os barrigudinhos!
Nossa maior vantagem: Aquecemos no inverno e fazemos sombra no verão.

(*) Aos gays: Minhas desculpas pela brincadeira.