domingo, 31 de agosto de 2014

Direito de resposta


Hoje eu estava totalmente sem inspiração, logo, para não deixar o blogue a mercê do espaço virtual, eu teria que usar um texto de minha reserva técnica. Então, a oportunidade bateu a minha porta.
Eu acho que escrever sobre racismo já me esgotou, não que este tema tenha que ser esquecido, muito pelo contrário, mas sim porque eu já fiz três crônicas sobre fatos e um conto abordando o tema, e isto pode cansar os leitores, e ainda, mesmo a discriminação racial sendo uma coisa nojenta, acho que escrever sobre isto toda hora faz com que  as pessoas parem de dar valor.
Só que, os acontecimentos relacionados com o goleiro Aranha do Santos no jogo da copa do Brasil nesta semana, está causando um rebuliço, nas redes sociais, por causa de mais uma torcedora inconsequente que chamou o atleta de macaco.

domingo, 24 de agosto de 2014

No píer


No píer, sentada
na noite estrelada
sob a água serena do mar
ela fez me apaixonar.

O vento generoso
me traz o seu perfume
de tão cheiroso
minha visão fica esfume

Então ela levanta
e para mim sorri
meu coração se encanta
e eu quase morri

Com olhar a acompanho indo
e como um bobo fico sorrindo.

domingo, 17 de agosto de 2014

Formatura - Emoções diversas

No meu tempo, a “Formatura” era uma coisa estranha.  Era uma solenidade cansativa onde os formandos entravam em fila, se posicionavam e depois eram chamados um por um. Então, vinham os discursos dos oradores, paraninfos e etc...
Como o nome está dizendo, era muito formal e com muita seriedade. Ao sermos chamados, cumprimentávamos os professores na bancada, recebíamos o canudo e voltávamos para o lugar.  As fotos eram tiradas do jeito que dava com a gente em movimento.
Os amigos e os parentes iam para dar moral, mas era uma coisa tão maçante para eles que um dos meus colegas formandos disse:

domingo, 10 de agosto de 2014

Cotidianos - o choro


Em um lindo parque mais ou menos as 4h00 da tarde...
– Olha lá Cleusa.! Não é o Dionísio filho do Pedrão?
– Ele mesmo.
– Chorando que nem bebê.
– Pois é Josefa. Que coisa feia. Chorando por causa do carro.
– Carro?
– É! Brigou com o pai por causa do carro.
– Que infantil.
– Tem uns que não sabem ser homem.
– E aquele menino chorando ao lado?
– Ah! Deve ser coisa de criança.
Dionísio queria o carro para ir à balada. Brigou com seu pai porque este emprestou para outra filha que tinha prova na faculdade. Dionísio saiu revoltado e sem rumo de casa. Ao passar pelo parque encontrou um menino sentado no banco que chorava muito.
– Por que está chorando, menino? – perguntou Dionísio.
– Porque domingo é dia dos pais – respondeu ele.
Dionísio sem entender, respirou fundo e disse:
– E dia dos pais não é bom?
– Seria, se eu tivesse um.
Então, Dionísio sentou ao lado dele e chorou também.

domingo, 3 de agosto de 2014

Piquete - acerto final

        Sugiro que seja lido  antes  Piquete - a luta e Piquete - a confissão

Percival Cândido acorda em uma sala escura, com apenas um foco de luz sobre si. Apesar de confortavelmente sentado em uma poltrona está meio zonzo, e ao abrir os olhos e vê que a situação não é favorável. A frente dele está uma bela mulher e ao redor quatro homens consideravelmente fortes.
– Posso saber por que estou aqui? – Pergunta Percival.
– Saberás – reponde a mulher.
– Uma mulher tão bonita quanto você não precisava mandar estes gorilas me pegarem no meio da rua e me trazerem para cá, né? – Percival dá gargalhadas e continua – eu teria vindo de bom grado.
– Vejo que está recobrando a consciência. E acho que você não está em condição de fazer gracinhas, não é mesmo?