domingo, 16 de novembro de 2014

Flores salvas

A pedido das queridas Aline do Diário Thompson e Maria do Pétalas de Liberdade escrevi este conto inspirado na minha própria crônica Flores jogadas. Bom, saiu meio simples, curto, aguinha com açúcar, mas acho que irão gostar.


Ricardo é um cara atlético, bem apessoado daqueles que a mulherada acha um gato.
Larissa é uma mulher lindíssima. Por onde anda, todos os homens se viram para acompanhá-la e as ruas se transformam em passarelas porque ela não caminha e sim desfila.
Ambos são os mais bonitos da universidade, mas além da beleza, eles têm algo a mais em comum, a futilidade. No entanto, o mais comentado sobre eles é de que como os filhos serão lindos.
Ricardo é o capitão do time de futebol e Larissa a chefe de torcida. Apesar do papo besteira que eles têm com os integrantes da sua turma, que pensam do mesmo jeito, eles formam um casal feliz.
Deia é uma menina simples. Ela trabalha em uma padaria para pagar a universidade. Sim, a mesma do casal venusto, mas ela não pertence a mesma turma e nem poderia, pois eles não a deixariam entrar por preconceito. Deia não é tão chamativa quanto Larissa, mas ela tem as suas vaidades e beleza.
Willian também é de origem humilde e, graças a uma bolsa, estuda na mesma universidade. Não é popular como Ricardo, mas nos estudos é o melhor aluno. Ele é muito tímido e esconde um segredo. É apaixonado por Deia, que tem suas fantasias, mas concentrada no trabalho e estudos não se interessa por namorados, tão pouco percebe os olhares de Willian que vai a padaria todos os dias.
No dia em que Larissa e Ricardo completam dois anos de namoro, ele vai à floricultura e compra um arranjo de rosas vermelhas para dar a ela de presente. Todo feliz, ele passa na padaria que Deia trabalha para fazer um lanche e é ela que lhe atende. Admirada pela beleza do buquê, fica parada diante das rosas.
– O que foi? Nunca viste rosas? – disse Ricardo grotescamente.
– É que nunca vi tão lindas. E nunca recebi também. – respondeu ela.
– E com esta tua latinha de balconista nunca vais ganhar.
Deia se retira com lágrimas nos olhos.
Enquanto isto em uma das lanchonetes da universidade Willian esbarra com um copo de refrigerante em Larissa.
– O que é isto? – reclama ela.
– Desculpe – responde ele.
– Desculpe nada. Este vestido custa mais caro que tua bolsa. Só podia ser o nerd. Sai da minha frente.
Ele sai triste e sem entender porque tinha sido tratado desta forma.
Depois...
Larissa e Ricardo tinham combinado de se encontrar no barzinho Point da Turma, mas ele, com as flores, resolve fazer uma surpresa e vai até a casa dela. Ao chegar em frente ao prédio percebeu sua namorada em altos beijos e amassos com um cara que ele nunca tinha visto. Sai do carro desesperado e pula em cima do indivíduo, que se chama Leo. Porém, Ricardo, mais novo e menos experiente leva a pior. Larissa tenta socorrer Ricardo, mas este não quer mais saber dela. Levanta-se e vai embora. Leo, ao saber que Larissa tinha outro, também a deixa sozinha.
Ricardo, ao parar em uma sinaleira, percebe que as rosas ainda estão sobre o banco. Ele abre a janela do carona e as atira contra o muro. Ao abrir a sinaleira, ele arranca cantando pneus.
Minutos depois, com sua bicicleta, Willian passa por ali e ao ver aquelas lindas rosas vermelhas atiradas no chão junto ao muro, ele para e resolve juntá-las.
– Nossa! Tão lindas. Quem será que as jogou desta maneira? Elas não merecem ficar assim atiradas e abandonadas.
Então, ele limpa o arranjo e resolve lutar contra a timidez indo para a padaria onde Deia trabalha. E chegando lá, é atendido justamente por ela, que fica mais uma vez olhando para as rosas.
– Gostaste? – Pergunta ele.
– São lindas, mas nem vou falar nada – diz ela.
– Por quê?
– Eu vi iguais a estas hoje de manhã. E um cara me tratou muito mal. Disse que nunca ganharei uma destas.
– Engano teu e dele. Estas são tuas.
Deia ficou olhando admirada sem saber o que dizer e Willian sem saber como disse aquilo. Entretanto, o que importa é que eles se encontram após o fim do expediente do trabalho dela para nunca mais se separarem.
Quanto ao casal garboso? Não sei! Sequer pensei nisto, mas deixa para lá. Afinal, o verdadeiro casal bonito ficou junto enquanto aquele outro nem vale a pena comentar.

24 comentários:

  1. Aguinha com açúcar faz bem.Lindo conto! Gostei mais uma vez! abraços, chica

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  2. A beleza para mim sempre foi relativa!
    Gosto de pessoas simples e lindas como seres humanos!
    O conto mostra bem a realidade, pois as pessoas valem pelo que aparentam e pelo que têm!
    Gostei do conto,amigo Cláudio!
    Boa semana para você!
    http://www.elianedelacerda.com

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  3. Oi amigo, vim lhe desejar uma excelente semana, abraços!

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  4. Oie Claudio =)

    Adorei o conto!
    Simples e delicado, com a quantidade certa de água e açúcar rs...

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary

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  5. Ficou lindo, lindo, lindo! Gostei muito! Obrigada :D !
    petalasdeliberdade.blogspot.com

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  6. Oi, Claudio.
    Fiquei muito feliz que tenha atendido ao nosso pedido! ^^ Torci para que o fizesse!
    Nusss, esse Ricardo que bacacão! A Larissa também, não fica atrás, no dia do aniversário com outro! =|
    Gostei muito do conto!
    ...beijinhos***

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  7. Meu amigo que belo texto!!
    Peço desculpas por estar tão ausente minhas mãos
    ñ esta nada bem espero de coração poder contar com seu carinho sempre.
    Abraços..
    Evanir

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  8. Muito bom Claudio, gostei muito do conto.
    Há pessoas que não enxergam a verdadeira beleza, a futilidade veda os olhos de tais pessoas. Bjos
    www.somandoconhecimentooficial.blogspot.com.br

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  9. que texto lindo eu amei, e foi ótimo o fim que levaram as rosas
    bjs


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    ** http://crisartigosfemininos.blogspot.com.br/ **

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  10. Ah!!! q bonitoooo!!!
    Adorei o conto.Eu acho que li sobre as flores jogadas... Adorei ler um conto sobre aquilo!
    Parabéns! Ficou ótimo!

    Bjinhos
    JuJu
    As Besteiras Que Me Contam

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  11. Oi, Claudio!
    È verdade, pessoas rasas não conseguem se aprofundar nos relacionamentos!
    :)
    Beijus,

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  12. oun que lindo, um dos contos que mais gostei, sou bem melosa rsrs...bjs
    www.blogpinkmakeup.com

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  13. E assim descobrimos o "vilão" que jogou as flores fora.
    Água com açúcar nada! Saiu um belo final do conto anterior e matou a curiosisade de todos que leram.
    Parabéns!
    Nota:
    Experimentei uma receita com a cebola (vou postar), mas não achei digna da sua pessoa kkkkkk
    Continuo na busca da perfeita...
    Bjsssss amigo

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  14. Boa tarde Claudio.
    Um lindo conto, ambos os bonitinhos se mereciam, só tinha a beleza externa rsrs. Ela por trair e ele por ser tão esnobe. Já o outro casal muito fofo. Estou fazendo um amigo secreto entre amigos, se desejar participar .mas se não desejar entendo perfeitamente, é algo ate estranho, ideia da minha filha rsrs. Mas enfim estava com saudade de ler o seu blog, a minha vida sofreu muitas mudança e o tempo ficou escasso, casa nova, novas atividades, só o amor que não foi novo, o velho voltou rsrs.
    Uma abençoada noite.
    Abraços.

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  15. O conto é bonitinho e infelizmente é verdade que muita gente só se preocupa com beleza externa e é fútil demais.

    thoughts-little-princess.blogspot.com

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  16. OI CLAUDIO!
    FICOU MUITO BONITO.
    NADA DE ÁGUA COM AÇÚCAR, DIGAMOS QUE É UM CONTO DE AMOR.
    MAS, GOSTEI MUITO E TIVE DE RIR, FOI COM TUA FINALIZAÇÃO PARA O CASAL MAU CARÁTER. LEGAL MESMO.RSRSRS
    ABRÇS
    zilanicelia.blogspot.com.br

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  17. Pessoas com amor pela metade não completam um muro 'relacionamental' . Tem que ser cheio de amor pra poder o amor durar.

    belo texto

    Brendo Vieira

    Turma de Escritores

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  18. Ahhhhh que legal que ficou Claudio! Ficou uma ótima história e combinou muito bem com a sua crônica de outro dia!
    Grande abraço


    Identidade Aleatória

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  19. ADOREI O DESFECHO, A DO CASAL BONITINHO ( QUE DE BONITINHO NA VERDADE NÃO TINHA NADA) E A DO CASAL COMUM ( VERDADEIRAMENTE LINDOS)!!!...BJS!!!...

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  20. Interessante falar sobre a beleza. Hoje, vivemos numa época, em que as pessoas valorizam mais a beleza exterior. Se a pessoa usa roupas de marca, tem um bom carro, tem bons contatos sociais, não basta, é preciso ser um(a) Deus(usa), trabalhados em academia. Percebo que nas décadas anteriores, em especial anos 70, a beleza exterior era a ultima coisa a ser analisada. Gostei de seu conto !

    Abraços amigo,
    Dan
    http://gagopoetico.blogspot.com.br/

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