domingo, 16 de agosto de 2015

A Pequena de George

Susana é uma pessoa incrível. Ela é linda e seus cabelos lisos, amarelinhos quase brancos, seu sorriso e seus olhos são especiais. Seu corpo escultural sempre mexeu com George. Desde o dia em que a conheceu, ela chamou a sua atenção. Porém, um preconceito bobo de sua parte impediu a aproximação. Ele a achava jovem demais.
Um dia, o destino lhe colocou à prova, mas como era outra época, não deu. Quem sabe se tivesse tentado antes e ter assumido  a condição de ser feliz de verdade, não importando qualquer tipo de dificuldade, ele poderia ter mudado o futuro, mas isto jamais saberemos.
Vou contar a história...
George andava numa fase sentimental não muito boa e precisava de companhia. Ele se envolveu com Lúcia, uma pessoa que pertencia à mesma turma da Pequena, assim ele chamava Susana carinhosamente. Com o tempo a convivência foi aumentando e as relações se estreitando.
Muitos questionavam o carinho excessivo que ele tinha por ela. Ninguém conseguia entender, tão pouco, ele conseguia explicar, mas esta Pequena que ele adora era um tanto danadinha. De vez em quando, ela bebia um pouco além do limite, e não somente ficava alegrinha como também deixava aflorar o carinho que tinha por ele. Ela também nunca conseguiu explicar isto, e talvez não se lembre de todas as vezes, mas ele, certamente, jamais esquecerá cada uma delas.
A primeira vez foi em um casamento de um colega de trabalho. Susana, Ana Terra e Silvia, George e sua namorada Lúcia alugaram uma Van. No final da festa, todos alegres após beberem um pouco, aguardavam o transporte. Motivados por Silvia, eles se abraçaram em círculo. Quando George beijou sua namorada, todas as outras, brincando, pediram repetidamente um beijo. Porém, as outras duas deram o rosto para ele beijá-las enquanto a Pequena pedia um igual ao de Lúcia, referindo-se ao beijo na boca do casal. Ao contrário do que se imaginava, Lúcia, que pouco se importou, respondeu:
– Pode dar.
George contendo seu ardente desejo beijou Pequena apenas no rosto. Então, fizeram o círculo novamente e George beijou sua namorada outra vez. O ritual foi o mesmo. Após ele distribuir os beijos da mesma forma que a primeira vez, Ana Terra puxou Susana afastando-a um pouco de George. Ninguém sabe o que passou pela cabeça de Ana Terra, talvez tivesse percebido que ele estava chegando ao seu limite. Naquela noite, George dormiu pensando no beijo que não deu.
Alguns dias depois...
No aniversário de George, muitos foram até a pizzaria onde ele recepcionou os amigos mais chegados. Como não podiam faltar entre os amigos estavam Ana Terra, Silvia e sua Pequena. Após a pizzaria, Ana Terra os convidou para terminar a festa em sua casa. Alguns foram, e neste dia, a Pequena também tinha bebido um pouco além da conta. Reunidos na cozinha, ela se abraçou em George. Antes que ela dissesse qualquer coisa, ele chamou por Lucia que estava afastada, pois queria evitar qualquer constrangimento. Imediatamente, Susana pediu que ele não a chamasse e quando Lúcia apareceu, a Pequena ficou decepcionada.
George nunca conseguiu entender isto, mas de certa forma, ele gostou.
Seu namoro com Lucia terminou, a amizade com Susana não. Eles saíram algumas vezes, mas sem envolvimento. Ele andava muito confuso, chegou até pintar uma outra pessoa, mas não rolou, e seu sentimento pela Pequena continuava especial. Não há certeza se havia paixão, mas certamente existia muito amor.
Em um carnaval, George, Susana, April e Mariana foram à praia.  Naquele carnaval ele só tinha olhos para a Pequena. Tentou de tudo, mas ela não quis ficar com ele. Sua intenção era séria, queria namorar, mas ficaria com ela uma noite, duas, três, quantas ela quisesse.
Em uma das noites, após ele ter desistido das investidas, saiu com April. Quando eles retornaram, Susana estava um tanto alterada. Tinha bebido demais. Ela fez muitas cobranças por ele ter saído com a April e deixou transparecer que queria estar com ele. O que ela não sabia é que, apesar do interesse de April por George, nada tinha acontecido entre eles. De novo, Susana deixou seu carinho por George aflorar, mas desta vez sem ninguém para impedir, ele a beijou. Foram alguns beijos retribuídos, até que April apareceu. O fato é que April tinha um forte sentimento por George e não deu folga. Ele queria ficar a noite toda cuidando da Pequena, mas April não deixou. Considerando seu caráter jamais magoaria Susana, pois o estado dela não era nada bom e ele não abusaria de uma pessoa de quem gostava tanto. Porém, ficaria a noite toda fazendo carinho esperando o dia seguinte ela melhorar para terem uma conversa franca.  
Naquela noite, apesar das investidas de April, ele dormiu sozinho pensando na conversa que teria no dia seguinte com a Susana.
Enfim amanheceu, e numa conversa sincera, mais uma vez, a Pequena não mostrou interesse algum em ter um compromisso com George. Deixou bem claro que era somente amizade, mesmo depois do ocorrido. George ficou frustrado. Pois mal dormiu aquela noite para tentar entender tal comportamento e, novamente, permaneceu sem entender.
Entretanto, a história não acaba aqui. Na noite seguinte, cansado de rejeição e de ficar sozinho, George deixou-se levar pela sedução de April, aliás o que ela fazia muito bem. E somando a antiga pressão dos amigos e familiares para ele arrumar alguém, mesmo tendo interesse pela Pequena, foi para um lado novo. Decidiu dar atenção a quem gostasse dele. Preferiu ser amado e não amar. Se amasse seria lucro, e assim foi. Ele e April começaram a namorar.
Porém, sem saber o que aconteceu até hoje, sua doce Pequena teve um ataque de fúria. Todos que ali estavam dizem que foi ciúmes. Como poderia ser? Afinal, ela estava com tudo na mão. Não o teve porque simplesmente não quis.
E o tempo passou...
A amizade com Pequena continuou. Isto é incrível, porque outras pessoas no lugar deles, certamente não seriam mais amigos. Talvez isto tenha algum significado que venhamos a descobrir daqui alguns anos.
Mesmo namorando April, ele e Susana saíram umas poucas vezes e em uma delas se beijaram como dois namorados. Desta vez ele quem teve a iniciativa e ela não rejeitou. Bastava ela ter olhado diretamente nos seus olhos que ele arrancaria com o carro e a levaria para um lugar só deles, mas ela desviou o olhar.
O tempo foi passando, George e April se separaram, mas o contato com a Susana foi diminuindo. Porém, sempre que ela precisou, ele estava perto para ampará-la.
George nunca se casou e Susana teve três casamentos fracassados.
Hoje estão um tanto afastados, mas ela sabe que sempre morará em seu coração, mesmo sem ele e nem ninguém, nunca terem entendido os seus mistérios.

14 comentários:

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  2. Claudio,
    isso acontece mesmo,
    escolhemos pessoas para nos acompanhar e muitas vezes
    não somos correspondidos,
    no futuro,
    percebemos que a escolha foi errada,
    os dois seguiram caminhos opostos e não encontraram a harmonia desejada,
    talvez se tivessem assumido o Amor ,tudo poderia ter sido bem diferente!
    Bom final de semana!
    http://www.elianedelacerda.com

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  3. Que linda historia mais no fim tristeza da saudade e amor
    mal acabado.
    Canal:https://www.youtube.com/watch?v=EgeQXJjUpSQ
    Blog: http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/

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  4. OI CLAUDIO!
    GOSTEI DE TEU CONTO, TEVE DE TUDO, AMOR, INTRIGA, SEPARAÇÕES E O MISTÉRIO POIS, QUANDO SE TRATA DA ALMA HUMANA, TUDO É POSSÍVEL.
    ABRÇS
    -http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  5. Oh garota complicada essa Suzana. rsrsrs
    Parece ficção, mas casos semelhantes são bastante comuns.
    Difícil entender a mente feminina.
    Ótimo texto, Chamun. Abraços!

    O Poeta e a Madrugada (Prosa e Poesia)
    Dark Dreams Project (Contos de suspense e terror)

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  6. Segredos e mistérios do coração! Vai entender! Lindo conto, bem entrelaçado! abraços,chica

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  7. Bom dia Claudio.
    Uma historia interessante, mas também não entendi porque se ela gostava dele não aceitou ficar com ele e mesmo depois de tanto tempo ainda pensa nele, vai entender a mente humana rsrs. Um feliz domingo. Beijos.

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  8. Oie Claudio =)

    A nossa vida é bem assim mesmo né? Escolhemos pessoas que nem sempre escolhem a gente e perdermos oportunidades de fazer as coisas darem certo, por conta dessas escolhas.

    Beijos;***

    Ane Reis.
    mydearlibrary | Livros, divagações e outras histórias...
    @mydearlibrary

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  9. Querido amigo Claudio.

    Belíssimo e realista seu conto.

    Nessa vida realmente ocorrem esses desencontros amorosos que ninguém sabe explicar.

    Parabéns e publique um livro de contos,Claudio!

    Obrigada pela visita e carinhoso comentário.

    Volte sempre!

    Beijos sabor carinho e linda semana

    Donetzka

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  10. Existem histórias parecida tantas por aí, o coração tem os seus mistérios, Cláudio abraços.

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  11. Muito boa a história.Gostei muito.
    Um amor que não se concretizou, talvez platônico onde ambos desconfiem que não resistirá a realidade. Melhor assim do que tentar e não dar certo.:)

    Beijo.

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  12. Oba! Gostei de ver meu nome aqui!
    kkkkk
    Bjs – Su
    www.rosachiclets.com.br

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  13. dificil entender a mente humana, beija outra mesmo namorando? galinhão kkkk bjs
    http://www.rosachiclets.com.br/

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  14. Amo histórias de amor,
    não importa o final,
    o mais importante é sua intensidade enquanto durou!
    BJOS
    http://www.elianedelacerda.com

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