Em 2015, eu fui ao
encontro de minha amada na sua cidade natal, Cafelândia - SP. Como eu estava na
capital paulista e na ocasião sem carro, fui de ônibus.
São 450 km de
distância e mais ou menos 6 horas de viagem. Na ida peguei o busão das 23h30,
logo, viajei durante a madrugada.
Mais ou menos as
3h30 uma senhora, que estava uma poltrona para frente, mas no outro lado começou
a conversar com sua acompanhante que a chamava de tia. Ela tinha uma voz rouca
e forte e sua sobrinha começou a brincar no celular com um apitinho irritante.
Ainda tinha mais umas duas horas de viagem, mas resolvi aguentar, pois já que
ninguém estava reclamando, não queria ser eu o carrasco de brigar com uma pobre
velhinha e uma adolescente de 30 anos que se entretinha com seu brinquedinho.
Elas desceram em
Pirajuí que fica a uns 30 minutos de Cafelândia e meus ouvidos descansaram
neste tempinho.
Na volta para Sampa
eu peguei o ônibus das 15h30.
Para minha
desesperada surpresa, quando o ônibus encosta em Pirajuí adivinhem quem entra
no possante... Sim, a senhora da voz de trovão e sua escudeira Cell´s Woman.
Para meu azar e minha bocaabertice eu estava sentado no lugar delas, que era
uma poltrona atrás da minha. Falei para sentarem na frente porque é tudo igual
mesmo, mas as chatas, e vão ser chatas assim na prostituta que deu a luz,
fizeram questão de sentarem no lugar certo. Logo, eu pulei para frente e fiquei
pensando: “Se de madrugada elas fizeram aquele auê todo, imagina neste
horário”.
Para meu azar em
Bauru um rapaz entrou no ônibus e sentou-se ao meu lado. Não! Ele não me fez
nada diretamente, mas me fez um mal danado. Vou explicar...
Ele estava com
fones de ouvido e resolveu ler. Ao anoitecer, ele ligou a lâmpada acima do seu
assento. A doce senhora começou a reclamar do holofote que ia na cara dela. E
não parou de reclamar um minuto até chegar em São Paulo. Em vez, de falar com o
rapaz, ou cutucá-lo, ela falava alto com aquela bela voz de caminhão com
escapamento furado.
Não sei como
permaneci paciente, por fora, porque por dentro estava a um passo de ter um
chilique. “O cara não te houve. Está com fone de ouvidos, liquido após
ejaculação!”, era o que eu queria ter falado, mas não o fiz.
Eu não via a hora
de chegar em Sampa e parar de ouvir aquela voz tenebrosa, por que já estava
vendo a manchete da folha de São Paulo: “Homem terrível joga senhora idosa e
sobrinha do ônibus em movimento sem abrir a janela”.
Enfim, chegamos com
1h30 de atraso.
Apressadinhas, mal
o ônibus encostou e elas já estavam em pé querendo sair. Porém, mais apressado
foi o meu carrasco indireto, que pulou na frente sem tirar dos ouvidos o
bloqueador de gente xarope.
E para minha
surpresa a mãe de uma de peguete do III batalhão do exército brasileiro olhou
para mim sorrindo e, se referindo ao holofote do amigo, disse:
– Nesta viagem o
senhor deve ter ficado incomodado, né?
– A senhora nem
imagina o quanto – respondi.
Cosas asi pasan cuando viajamos largas horas en autobús. Saludos.
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