Carlos Eduardo é um
cara muito admirado e bem relacionado. Ele é sério, trabalha, estuda, ajuda
seus pais e também sua namorada Luciane. Ela é linda e simpática e eles formam
um belo casal. Mas, Cadú, assim chamado pelos amigos, esconde um segredo. Ele tem uma atração incontrolável pela melhor
amiga de Luciane, a Adriane. Carlos Eduardo a conheceu quando acompanhou
Luciane em um evento de moda, ocasião em que as duas se reencontraram depois de
muito tempo. Elas são amigas de infância e acabaram se afastando pelos motivos
que a vida cria sem muita explicação.
Adriane é linda. Muito
mais que Luciane. Mas, para Cadú, apesar da atração que sente pela amiga da sua
namorada, é Luciane a mulher da sua vida.
Ele sempre tentou
evitar um contato mais próximo, percebido pela Luciane.
– Por que tu não gostas
da minha amiga?
– Quem disse que não
gosto? (Gosto até demais – pensou ele).
– É que tu sempre a evita.
– Impressão tua meu
amor. Gosto dela sim (imagina se ela soubesse que tenho sonhos eróticos –
pensou novamente).
– Então não vais te
importar se ela ficar uma semana comigo na casa de praia dos teus pais.
– Claro que não meu
amor. Fiquem à vontade. (Ainda bem que só irei nos fins de semana, assim não
sofrerei tortura em vê-la de biquíni o tempo todo na piscina).
Os pais de Cadú
preferem ir para o sítio, o que faz com que a casa de praia esteja sempre
disponível.
No Sábado pela manhã
...
– Adri – falou Luciane
– vais na frente com o Cadú porque tu és maior do que eu. Ficarás mais
confortável.
– Não! Imagina se vou
separar o belo casal. Já chega eu estar indo de chá de pera.
– Vais na frente e
pronto. É que eu costumo dormir. Eu tenho sono de pedra, e aqui atrás, para
isto, é mais confortável e seguro.
E de fato na viagem,
Luciane caiu em sono profundo e Adriane puxou assunto.
– Minha amiga é uma
mulher de sorte por ter um cara assim como tu.
– Obrigado. Mas, ela é
incrível.
– Eu sei. Mas, ela só fala
só coisas boas de ti. Eu só encontrei pilantra até agora.
– Uma mulher bonita
assim não devia ter dificuldades (Putz
escapou).
– Humm tu me achas
bonita? Obrigado.
Carlos Eduardo não
gostou muito daquele “humm” nem do sorriso que ela deu. Quer dizer, ele adorou
mesmo não querendo gostar. Ele sentiu um calafrio que veio do dedo mínimo do pé,
correndo pela espinha e chegando até o último fio de cabelo. Aquela atração que
sentia e que lhe tirava o sono aumentava e o perfume dela era espetacular. A
Janela entreaberta fazia com que o vento deixasse seus cabelos esvoaçantes e
ela mexia sensualmente a cabeça para ajeitá-los.
– Que mulher é esta meu
Deus? Por que está acontecendo isto comigo? – pensava ele.
A vontade que ele tinha
era de parar no primeiro motel na estrada e passar o xaveco baseado naquele
“humm” e o sorriso safado que ela tinha dado.
Mas, ai ele lembrou que sua amada estava no banco de trás e acelerou o
carro para chegar mais rápido ao destino.
E chegando lá, iniciaram
o ritual de bagagens...
– Amor! Enquanto eu
ajeito as coisas aqui, mostre o quarto de hóspedes para a Adri.
Na verdade, o quarto é
uma suíte e mostrar para aquela Deusa foi uma tortura imensurável para ele.
Mas, como poderia dizer não sem chamar a atenção. Ele pegou a bagagem e a conduziu para seus
aposentos. Mas, a verdade é que ele estava com vontade de pegá-la no colo em
vez da mala.
Após as coisas
ajeitadas é hora da piscina...
Carlos Eduardo tentou
não olhar para Adriane, mas foi impossível. Tudo que ele queria era conseguir
não olhar para aquela mulher avantajada que parecia estar usando um biquíni
infantil. Então ele voltou para dentro casa ...
– Ah amor! Fica aqui
com a gente.
– Já volto.
Enquanto Adriana
usufruía a piscina intercalando com o banho de sol, Luciane fazia as unhas
embaixo do ombrelone.
Cadú retornou com o
jornal. Seria uma ótima distração para que ele não cometesse o pecado de cobiçar
a melhor amiga da sua namorada até que ...
– Lu – disse Adriane – Passa
protetor em mim?
– Ah! Não dá! Pode
estragar as unhas. Amor! Passa protetor nela.
– Mas, Luciana ...
– Ai amor. Deixa de ser
retrógado. Não tem nada de mais. E depois eu estou aqui.
Então ele teve que
passar. Ao mesmo tempo em que tinha satisfação, suas mãos suavam. Ele percebeu o sorriso de Adriane, mas fingiu
não ver. Ele terminou de passar nas costas e parou.
– Ah! Passa completo –
disse Adriane.
Ele olhou para Luciane
como quem quer aprovação. Ela, por sua vez, fez sinal de positivo com a cabeça.
Então ele sentiu aquelas pernas e aqueles glúteos tão admirados e desejados.
– Luciane é pura demais – pensou ele.
A noite chegou e rolou
uma pizza. Os três conversaram amenidades e as moças foram dormir. Carlos
Eduardo ficou na sala porque estava passando um filme que ele queria ver muito.
Como o sono não veio, ele emendou outro filme. Então percebeu leves passos em
direção à sala. O seu quarto fica no lado oposto. Logo, só podia ser da
Adriane. Quanto mais ela se aproximava, mais o seu perfume se tornava presente
e aquele calafrio aumentava.
– Oi! Não sabia que
estavas aqui ainda. Eu não consigo
dormir.
Ele sentado, ficou olhando
para aquele mulherão de pé a sua frente, com aquela camisola sensual, curta e
semitransparente.
– Eu já estava subindo.
A Luciane sempre fica me esperando.
– É legal o jeito que tu
a tratas. Eu te admiro muito.
Ela foi até ele e o
beijou no rosto, tipo cantinho de boca e deu boa noite. E ele subiu rapidamente
fugindo daquela situação que lhe tentava. Na manhã seguinte, Carlos Eduardo ficou
na cama até tarde com o objetivo de reduzir o tempo de contato com a tentação.
Ele já havia falado que iria embora logo depois do almoço para não pegar o trânsito
de retorno. O que ele queria mesmo era se livrar do veemente desejo.
Durante a semana ele teve
momentos bem mais tranquilos. Futebol, churrasco e chopinho com os amigos
fizeram a semana passar mais rápido. Ele, estava ansioso para voltar para a
praia, porém, preocupado com a situação a enfrentar e novamente ficar entre a
cruz e a espada. Chegou, então, o dia mais desejado pela grande maioria das
pessoas racionais, a sexta-feira. As reuniões que ele tinha a tarde foram
canceladas. Com a intenção de fazer uma surpresa para Luciane não avisou que
estava saindo mais cedo.
Ele chegou na casa de
praia e sentiu um silêncio que só não era total por causa do barulho do
chuveiro que ele escutou ao se aproximar do seu quarto.
– A Lu está tomando
banho e a maluquinha da Adriane deve estar na piscina. Vou entrar de mansinho.
Cada tempo ganho, é um sufoco a menos – pensou ele.
Ao entrar no seu quarto
ele percebeu um sutiã que não conhecia em cima da cama e achou que de
surpreender passaria a ser surpreendido com roupinhas novas que Luciane poderia
ter adquirido. Ele também sentiu um novo perfume de sabonete e sentou na cama
para aguardar o banho terminar e curtir aquele aroma delicioso.
– Ela caprichou – pensou
ele.
Mas, a surpresa foi
grande mesmo. Quem saiu do banho com um perfume irresistível e enrolada em uma
toalha minúscula foi a Adriane. O susto foi mútuo.
– Ai! Desculpa – disse
ela – Meu chuveiro estragou e a Lu disse que eu poderia tomar banho no de
vocês. Só estou à vontade porque achei que chegarias bem mais tarde.
– Saí mais cedo. Mas, e
a Lu?
– Ela saiu recém. Foi no
centro com uma amiga que passou aqui. Disse que ia demorar, pois só te espera a
noite.
Com cabeça embaralhada
com a cena inusitada e o perfume daquela mulher, Carlos Eduardo fica parado
olhando fixamente para ela que disse:
– Oi! Tudo bem?
– Ah sim! É que tu me
pegaste de surpresa. Não sei o que dizer. Tu assim na minha frente, no meu
quarto. Isto deve ser teu – disse apontando para o sutiã.
– Sim é. Posso vestir
aqui ou posso vestir no meu quarto. Tu escolhes.
Tonto com aquela beleza
de cinema ele respondeu sem pensar:
– Que tal não vestir?
– Excelente escolha.
Com esta resposta Cadú
esqueceu todos os princípios e agarrou a moça tirando-lhe a toalha e a beijando
com todo desejo que estava reprimido há meses.
Ele a pegou no colo e a levou para o quarto onde estava hospedada e tudo
aconteceu lá. Se não conseguiu preservar a fidelidade com Luciana pelo menos
não fez onde dormiam juntos.
Após o fato consumado,
nada aliviava a sua consciência. A Luciana estava para chegar. O que fazer?
Contar a ela e perder a mulher da sua vida?
– E agora? – disse ele –
Como contar para a Lu?
– Tu estás louco? Não a
amas?
– Claro que sim. Ela é
a mulher da minha vida. Quero casar com ela. Mas, estou com a consciência
pesada.
– Não fique. Eu sei que
desperto muito desejo nos homens. E percebi há muito tempo que sentias atração
por mim. Eu joguei pesado. Eu tentei, te provoquei e consegui. Mas, não quero
te prejudicar. Nem a Luciana. Aconteceu uma única vez e vai ficar assim. Uma amiga
vai passar aqui para me pegar hoje mesmo. Daqui a dois dias eu embarco para a
Europa e ficarei muito tempo lá. Não estrague a tua vida por um egoísmo meu.
Quando a Luciana
voltou, as coisas já estavam contornadas sem vestígios do pecado original. Adriane
realmente foi embora naquele dia para depois rumar para a Europa.
Algumas horas depois...
– Cadú! Tu és um
safadinho.
– Por quê? – Pergunta
ele assustado. Achou que Adriane teria contado.
– Porque eu pedi para
Adri te seduzir. E ela fez. E não me contaste nada.
– Mas, amor por que
fizeste isto?
– Para ver até onde tu aguentavas
aquele mulherão. Aguentando ela, tu aguentas qualquer tentação.
– Estás satisfeita com
o resultado agora?
– Ah! Não fiques bravo.
Minhas outras amigas vivem dizendo todos os homens são iguais, inclusive tu. Eu
até achava que sim.
– Achavas?
– Claro. A Adri me
contou que tentou de tudo e tu nem bola. Eu te amo meu amor.
Naquela noite, Carlos
Eduardo dormiu como uma criança e aliviado por não contar, pois a sua namorada
não era tão inocente quanto pensava. Somente após a confissão de Luciane, entendeu
porque a coisa estava tão descarada e ela nem ligava.
O único problema para
ele é que nunca esqueceu o perfume, que naquele dia, exalava do banheiro, e o
sutiã sobre a cama.
Bom texto, envolvente. Acho incrível a transmissão de sotaque dos seus textos. Sou de são paulo mas sou apaixonada por RS e, particularmente, acho que esse sotaque melhora tanto a estética do texto
ResponderExcluirObrigado Letícia.
ExcluirVisite sempre.
Fiquei pensando se eu passaria nesses testes. rs
ResponderExcluirSerá que alguém conseguiria passar? kkk
ExcluirClaudio,
ResponderExcluirGostei demais do seu texto e de falas do personagem.
Me deixou com raiva, e no final me deixou feliz,
porque essas mulheres querem se esfregar no Homens dos outros kk.
Me envolveu de verdade rs.
Ótimo ótimo como sempre.
Obrigado Rodrigo.
ResponderExcluirRetornos como este me incentivam ainda mais.
Muito bom... gostei muito.
ResponderExcluirValeu Bro!
ExcluirQue tenso...
ResponderExcluirHistórias como essa geralmente acabam em tragédias (ainda bem que essa foi diferente. Ufa')
Fiquei com muita raiva dessa Luciana... e nada me tira da cabeça que a Adriane foi pra Itália fazer "o que não devia".
Ótimo texto. Me prendeu de verdade.
Pois é Pedro. Estas brincadeiras podem ser excitantes, mas são muito perigosas. Quem provocou foi a Lu. E quem tomou na cabeça foi ela mesma. A Adriane foi desfilar mesmo. Mas, quem sabe ele encontra outro Carlos Eduardo por lá.
ExcluirValeu!
Adorei o texto, muito bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirObrigado Mara.
ExcluirMuito bom.
ResponderExcluirMorri de raiva e morri de rir.
Essas histórias nunca acaba bem. Cláudio te desejo um ótimo final de semana beijos.
ResponderExcluirLucimar Estrela da Manhã
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Eii...
ResponderExcluirencontrei o texto atraves do link em outro blog e, como ja conhecia o escritor resolvi prestigiar.
Encantada com a sutileza do texto. Realmente escreves encantadoramente bem, seja qual for o tema.
meus sinceros parabéns!
Que descarado heim kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!
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