quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O último cálice





Meu nome é Joaquim, vulgo Jocão. Não posso reclama da infância. Virei o que sou por vagabundagem mesmo. Meu pai pagou estudo para mim e pra meus dois irmão. Eles seguiram na vida e eu não aproveitei. Eu matava aula para fuma maconha. Minha mãe sempre me colocou de castigo, e me proibia de sai com Adilton, o Ditão. Mas, eu fugia. Não tinha medo apanha. Ditão era mais velho e malandro, mas arrumava as mulherada e maconha para mim. Em troca eu entregava a mercadoria pra os cliente e buscava a grana. Se a polícia me pegasse não dava nada porque eu era di menor. Assim eu protegia ele e ele me protegia dos cara maior que sempre vinham me pegar.  Quando cresci o meu tamanho grande me deu uma vantagem. Eu comecei a cobra as dívida para o Ditão e quebrar alguns osso. Peguei gosto pela coisa. Quando peguei uma arma pela primeira vez fui as nuvem. É uma sensação de poder que não dá para imagina. Dá vontade de sai atirando no primeiro que me olha feio. Mas o Ditão me deu uns toque. Ele me ensinou a atira e te controle. Ele dizia que era pra usa só em último caso. Não para poupa pessoa, e sim para não chama atenção ou responde processo por assassinato. Por causa da minha vida de crime meu pai morreu de desgosto e meus irmão se mandaram levando minha mãe, que morreu mais tarde. Eu dava muita dor de cabeça. Aí arrumei uma mulhé e  me amontoei. Quando nascero os filho, comecei a fazer coisa mais leve, mas o Ditão foi apagado por uma gangue rival. Aí tive que me defende, e começa a  trabalha por conta própia. Minha mulhé me largo e levou os filho com ela. Eles nem querem sabe de mim. Eu batia muito neles. Ela era uma vagaba. Ficava desfilando de minissaia pela vila. Tinha mais que apanha. Os moleque se metia na frente e apanhava também. Ela casou com um figurão que deu estudo para os menino. Chamam ele de pai. Um deles virou médico e outro, por ironia do destino, advogado. Mas, nem pensa em me ajuda. Se pude ele me ferra ainda mais.
Virei assaltante de banco. Matei, roubei e cometi outros crime na vida. Nunca conseguiram me condena. Até que cometi o pió crime de todos. Eu matei um garoto. Eu não me arrependia se não fosse pelo que vou conta. Eu e três amigo resolvemo assalta um banco de uma rua muito movimentada. É fácil fugi de moto pela contramão. Era para te saído tudo bem se não fosse pelo desespero do garoto de 14 ano. Ele fico nervoso e correu. Não tive dúvida. Atirei! Eu tinha dito que era para fica todo mundo no chão. Ele já era bem grandinho pra entende isto. Nestas hora a gente não pensa muito. Se mexe é risco pra nóis. Aí nóis queima mesmo. Mas o moleque ficou nervoso e correu. Tento fugi. Os meus amigo teria feito a mesma coisa, mas eu que cuidava da porta. Então subi(*) com ele. No meu ramo não dá muito para te arrependimento. Por isto encarei como acidente de precurso. Saímo do banco em duas moto pela contramão como disse. Ninguém pegou a gente. Depois que o dinheiro acabou resolvemo assaltar de novo. Desta vez fomo para uma cidade do interio. Já tinha passado uns meis, mas fomo reconhecido no entra na cidade, aí caímo em uma cilada. Nem entramo no banco e a polícia já tava esperando nóis. Se não fosse por aquele garoto talvez nóis não tivesse ficado tão famoso. Mas, aí que começo meu arrependimento. Fui condenado a 20 anos pela morte e pelo assalto. Meus amigo pegaram apenas 6. A morte ficou toda nas minhas costa. Também, tinha mais de 30 pessoa naquele banco. E todas testemunhou. Eu tive sorte de sai vivo do julgamento. Queriam me lincha. Por incrível que pareça meus amigo não foram tão feliz. Foram apagado na prisão em briga e desentendimento. Os três da mesma forma. Triste coincidência. Eles, condenado por penas leve, foram morto e eu que fui condenado por assassinato, to  vivo.
Eu nunca tive dor de consciência muito menos deixei de dormi por causa dos crime. Nem mesmo pelo garoto. Mas, depois que fui condenado, eu comecei a recebe visita do pai do menino. No início achei que ele queria me mata, xinga, guspi na minha cara. Mas, o cara me perdoou. Ele veio para me dize que me perdoava e que me recupera seria um alívio pra ele. No começo eu ria. Achava que ele era loco. Ele dizia que se eu aceitasse o perdão dele, meu coração ficaria mais leve e minha vida ficaria melho. Eu achava que era uma piada, mas, como apanhava muito na prisão resolvi presta atenção nele. Do nada, os cara me batia. Pensei que era por te matado o garoto. Mas, depois achei que era coincidência porque qualqué mano teria feito o mesmo num assalto.  Se eu tivesse puxado o gatinho notra  ocasião ou se eles soubesse que eu batia na mulher e nos filho poderia não está contando esta história.
O cara tinha razão. Ele foi me conquistando e eu fui melhorando. Até parei de apanha. Minha vida só não melhoro totalmente porque estava preso e a vida dentro de uma prisão não tem graça. É muito sofrida. Mas, para as circunstânça tava bom. Um domingo sim outro não, ele vinha me visita. Trazia cigarro, comida, tudo que podia, para mim e para mim comprar segurança. Eu pedi droga. Mas, ele disse que me faria mal para mim e para minha recuperação.  Ele me disse que era sozinho porque a mulhé o tinha deixado e que eu de certa forma substituía o filho dele. Por isto que a morte do garoto começou a doe na minha consciência. No começo tive pesadelo e pedi pra ele não vim mais. Ele até deu um tempo. Mas, eu senti falta. Não só das coisa que ele trazia. Eu senti falta dum amigo. De olhar nos olho dele e pensa que se eu pudesse volta atrás não teria puxado o gatilho. Ele acabou sendo meu confidente. Eu contei toda minha vida pra ele. Hoje eu saio daqui. Cumpri 12 ano. Posso sair por bom comportamento. E sabe quem está lá me esperando. Não são meus filho nem a vagaba da minha ex-mulher. Sim, ele, o pai do menino. Vem me busca e vai me leva para almoça. Depois de tudo de ruim que fiz na vida eu ganho um anjo da guarda. Ele disse que até emprego vai me arruma. Eu so um cara de sorte.
– Jocão! Tá na hora. Vai sair ou gostou da hospedagem?
– Que nada, guarda Belo. Vou nessa. 
– Comporte-se então para não voltar mais.
– Claro que não volto – gargalhadas.
Não acredito que esto saindo por este portão.
– Olá, posso te chamar de Joaquim em vez de Jocão? É que este apelido não me traz boas lembranças e precisamos esquecer o passado para termos vida nova.
– Claro que sim! Também quero esquece o passado.
Minutos depois ...
– Pode pedir o que quiser.
– Faz tanto tempo que não como picanha. A comida da prisão não varia.
– Garçom! Duas picanhas completas para começar.
Três picanhas depois...
– Vais querer sobremesa?
– Oba! Se não for pedi muito. Vi numas revista da prisão mamão papai com caxis.
– Garçom! Dois cremes de papaia com cassis.  O que vais fazer agora?
– Vou procura um trampo honesto e me vira.
– Eu tenho uma proposta. É um trabalho bom para ti.
– Mesmo? O que?
– Ser caseiro da minha casa de campo.
– Sério. Puxa. Depois de tudo que fiz...
– Pare! Isto ficou no passado. Vida nova, lembras?
– Sim! Vida nova. E o que vou te que faze?
– Fácil. A casa agora está abandonada. Mas, vou contratar empregados. Tu vais cuidar que eles
façam as suas funções com os animais que vou comprar e com a casa.
– Legal. Gostei. Quando começo?
– Hoje mesmo. Se quiseres ir, vamos agora.
– Topo. Eu não tenho nada mesmo.
Quilômetros depois...
– Eis a tua nova casa.
– Nossa! Que massa. Nunca morei tão bem assim.
E chega a noite.
– Gostaste do jantar.
– Sim. Tava uma beleza. Mas to me sentindo estranho, com sono.
– É o efeito do sonífero.
– Como?
– Não adianta reagir. Eu coloquei um sonífero muito potente na tua bebida. Tu vais dormir dentro de
instantes e só acordará após muitas horas. 
Por quê?....
Muitas horas depois...
– Eu vou te responder por que. Tu mataste meu filho. Um jovem indefeso que ficou com medo em um assalto. Não dava para ver a diferença entre um menino assustado e um perigo? Ah! Claro. Não podes responder amarrado e amordaçado. É que não aguento mais ouvir a tua voz. Por quê tu achas que fui no presídio todos estes anos? Para ser teu amigo? Para te perdoar? Que ingenuidade. Só fiquei com o receio de tu não seres burro. Mas, deu certo. Até meu suposto afastamento. Tu sentiste falta. Eu só não dou uma gargalhada agora em respeito ao meu filho. Tu acabaste com a minha vida. Minha e de minha mulher. Ela me deixou? Não!. Ela está em uma casa de repouso. Nunca se recuperou. Tentou se matar 3 vezes. Mas eu não, eu consegui ficar sóbrio. Só para vingar meu filho. Lembras daquela conversa sobre aceitar meu perdão para tua vida melhorar? Com tu és burro. Eu que pagava pelas tuas surras. Mas, era só para machucar, e muito. Eu te queria vivo. A tua morte cabe a mim. Por isto, também paguei para te proteger. Já teus comparsas não me serviam para nada, pois meu negócio era contigo. Eu ganhei tua confiança para te atrair para cá. Estudei toda tua vida com investigações. Muita informação tu mesmo me passaste. Caíste direitinho. Esta parte foi muito fácil. O difícil foi esperar 12 anos. Mas, como eu disse, queria esta vingança pessoalmente, se não, teria mandado te matar como fiz com teus cúmplices. Era necessário que tu cumprisse cada dia para não abreviar teu sofrimento. Agora eu estou vendo a tua cara de apavorado que logo vai acabar. Durante todo este tempo eu vivi a tua vida. Agora vou viver a minha. O que vou fazer? Não sei. Dinheiro nunca foi problema. Talvez eu abra uma ONG para ajudar os pais que tenham a vida transformada por bandidos como tu. Sei que não vou trazer meu filho de volta, mas eu devia isto a ele. Agora meu menino está sendo vingado por cada pá de terra que jogo no seu assassino enquanto ele me olha apavorado depois de beber o último cálice.

(*) Subir – Na gíria de bandido significa matar.

27 comentários:

  1. Que final triste para esse assassino, as vezes as magoas nunca são apagadas,mas é um pai abalado e com sede de vingança. A dor de uma perda é muito forte.

    Claudio Chamun, de onde vem essa historia ? é fato real né?!Como sempre vc nos da um leitura muito interessante.

    Obrigado pela visita no meu blog. Abração!

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    1. Caro Lyu:
      Obrigado mais uma vez.
      Se existe uma história parecida com esta foi coincidência.
      Esta é ficção mesmo.

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  2. Adorei, mesmo sendo estória.Bandido tem que morrer.
    Nilce.

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  3. Legal, acho que é a vida de muitos, ao menos parecida.
    Uma pergunta. É normal tu receber comentários do pessoal do Amigos blogueiros? Ou é algo superficial, tipo venha em mim...

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    1. D.bonh

      Dos amigos blogueiros sempre recebo recados positivos, assim como a maioria.
      Eu não me importo que deixem o endereço do blogue. Eu mesmo faço isto. Assim, um prestigia o o outro e ainda quem visita sabe que tem outros blogues interessantes. O seu comentário em um blogue pode ser o seu cartão de visita.
      Respondi?
      Fique á vontade para comentar, criticar e perguntar.

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  4. Muito bom Claudio! Um dos seus melhores contos.

    Quando eu estava começando a ficar emocionado, tu vai lá e enterra o cara. Eu, definitivamente, não esperava por isso.

    1000 outras Histórias
    www.1000outrashistorias.blogspot.com

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    1. Obrigado Pedro.
      Se eu consegui emocionar e surpreender um escritor talentoso como tu é porque atingi meu objetivo.

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  5. Não sei porque, mas pensei nestes jovens de São Paulo que a cada dia morrem por motivos bestas e muitas vezes sem chances de reagir, igual ao garoto que o Jocão matou. Uma crônica bastante reflexiva. Gostei muito! Ah e obrigada pelo comentário no meu blog \o/

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    1. Obrigado Thamyris,
      Infelizmente esta é a realidade de todo o Brasil.

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  6. Triste realidade sua história revela, estamos sujeitos a morrer com bala perdida, assassinado friamente, assaltado, enfim, uma violência constante... Vivemos dias terríveis.

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    1. Infelizmente é o risco do dia a dia que corremos.
      Obrigado pela visita Marília.

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  7. Bom, muito bom. Triste fim, mesmo assim, como deveria ser.

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  8. Adoro suas histórias e esta, assim como as outras, demonstra o poder de sua criatividade, curti a bastante a temática do conto e aguardo ansiosamente por novos textos...Abraço!
    www.paullolenore.blogspot.com

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  9. Nossa!!! Muito boa sua história, retrata bem a dura realidade. E aproveito pra agradecer a visitinha ;-)

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  10. Que história intensa!!! Belíssimo texto!

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  11. Nossa, adorei o texto. Quanto tempo faz que tu escreve? Muito futuro como escritor. hehe PARABÉNS!!

    beijos,
    http://distanciacerta.blogspot.com.br

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    1. Obrigado Camilla.
      Posso dizer que comecei mesmo em 2005, como está explicado no primeiro post do blogue, mas sempre fui metido a criativo.

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  12. Belíssimo. Bom, um cometário a parte, seria o esteriótipo. Sei que essa acaba sendo a realidade de muitos jovens (talvez não pela parte de ser enterrado vivo, o que não significa um cenário ainda pior), mas acho interessante ressaltar que o uso de maconha não é o fator motivador pra tudo o que aconteceu. Só quis falar porque sei quão comum é algum leitor pensar "também né, era maconheiro, mereceu" e não acredito que seja assim. Drogas tem sim o poder de acabar com uma vida, mas só se a pessoa se permitir; é isso, uma vez mais, parabéns, seus textos são muito bons!

    http://nothingoodhashappenedyet.blogspot.com

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    1. Oi Letícia,
      O Jocão morreu por causa da dor incurável do pai que perdeu o filho e não por fumar maconha. Nem passou isto pela minha cabeça. Apenas quis dar detalhes do passado dele onde em vez de ir para a aula ia fazer coisas que os pais não querem que o filho faça.

      Obrigado pela visita, pelo elogio e comentário.
      Venha sempre.

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  13. Seus textos são sempre uma adorável (talvez não pra essa personagem) surpresa!

    http://nothingoodhashappenedyet.blogspot.com

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  14. Muito bom.

    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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  15. Adoro seus textos amigão! Que fim triste pensei que ele iria se recuperar, mas a vingança do pai não permitiu mas perder um filho deve ser muito sofrimento. Enfim não podemos julgar!!!
    Beijos...

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